terça-feira, 13 de janeiro de 2009
The Puppet Master - King Diamond
Seguindo a idéia de resenhar bons álbuns conceituais, começo agora uma análise profunda sobre este álbum que, se não atingiu o status de clássico absoluto como o Operation: Mindcrime, nem alcançou a genialidadede álbuns do King como Abigail, é um grande álbum e contém uma das histórias mais bem feitas da carreira do Rei, que havia saído de dois álbuns não tão inspirados (House of God e Abigail II). A história se passa em Budapeste, e fala de um casal que se conhece após um teatro de fantoches. Entretanto, o teatro de fantoches esconde um segredo terrível que acabaria com suas vidas.
Midnight
(Meia-noite)
A história começa com o fantoche, no porão do mestre, esperando o espetáculo começar e lembrando-se do passado feliz que não mais voltaria. Não é estranho um fantoche pensando? Mais pra frente tudo é explicado.
Eu estou pensando no passado
No porão na noite mais escura
Toda a miséria
Todo... O sangue que eu tive que ver
Meia-Noite... Meia-Noite... Meia-Noite... Meia-Noite...
Eles estão prontos para o espetáculo
Agora o sangue deve correr
Eles estão esperando acima
Oh Nãoooo!
"Que o espetáculo comece"
The Puppet Master
(O Mestre dos Fantoches)
É noite de natal em Budapeste, e as pessoas vão até o teatro, obscuro e misterioso. Os bonecos não são tão bonitos quanto se supõe.
Que sentimento mágico de mistério
Dançando nas pontas de seus fios prateados
Quase do tamanho de humanos
Como crianças com uma peste em suas carnes
Estes bonecos são tão grotescos!
O espetáculo então começa (ouça a música acompanhando a letra, é impressionante).
Sssssshhhh... Aqui vem os bonecos
Há 1..2... Eu vejo 3 Bonecos esperando nos bastidores
Então eles começam a andar, em fila
E de repente eles estão todos no palco
Eu vejo o Mestre de Bonecos alto acima
Ele puxa um fio e uma perna sobe... Uma cabeça desce
Ele puxa mais um, e então ele deixa-os todos irem!
Entretanto, um detalhe chama a atenção do personagem:
Sem fios, nenhum deles cai, sem nenhum fio...
Ele continua observando, e continua vendo que há algo estranho:
Eu dou uma olhada para
O Garotinho do Tambor, no palco...
Oh não
Eu acho que ele olhou para mim... , ele está vivo?
Eu fico um pouco assustado... quando ele começa a tocar seu tambor
Na pele de sua mão, eu vejo um pequeno corte... SANGUE
Entretanto, cético quanto ao que viu, o personagem transparece não desconfiar de nada realmente.
Noite em Budapeste
Muitas coisas aqui não são o que parecem
Mas nós amamos todos eles
Que noite para se lembrar para sempre!
Magic
(Mágica)
Crente de que o que viu foi apenas uma mistura de apresentação de fantoches com mágica, o personagem sai do teatro e por acaso, encontra a mulher de sua vida.
Eu nunca esquecerei aquela noite"
Eu vi a mágica em seus olhos
Nós nunca esqueceremos daquela noite
Nós vimos a mágica nos olhos um do outro
Em contato com ela, ele percebe a afinidade entre os dois.
Conversando pela noite, as coisas de que gostamos são todas as mesmas
Quero chegar a conhecê-la, quero chegar a conhecê-la,
Quero chegar a conhecê-la bem a fundo
Um ano se passa. Victoria vai até o teatro assistir ao show de fantoches, mas não volta.
Aquele beijo a um ano,
Um símbolo mágico de nosso amor eterno
Esta noite ela foi ao Teatro sozinha
Mas ela nunca voltou para casa e eu tenho que achá-la agora
O personagem vai atrás de sua amada.
Emerencia
(Emerência)
O personagem chega até a entrada do porão do teatro.
As sombras estão espessas e velhas
Eu estou procurando na escuridão pelo meu amor
Atrás do Teatro de Espetáculos de Bonecos
Eu encontro as escadas para o porão abaixo
O personagem então vê Emerência, a mulher do mestre dos fantoche saindo do local.
Me escondendo onde as sombras governam
Uma porta se abre abaixo
A Lua está bem alta
130 quilos de carne, aquela mulher eu conheço
Oh é a mulher do Mestre de Bonecos
Ela puxa uma carriola atrás dela
Ele segue a mulher, ciente de que ela vai atacar alguém.
"Oh Emerencia", onde você está indo com essa faca?
Na noite profunda pelas ruas mais estreitas
Eu sigo cada passo dela
Ela está procurando por vítimas inocentes
"Oh Emerencia" Num beco um sem-teto está dormindo
Aproximando-se sem um som... e então... oh não
O personagem vê Emerência matando um homem e o colocando na carriola, estancando seu sangue. Ele vai até o porão novamente, aonde Emerência deixou a porta aberta.
Na noite profunda pelos mais estreitos corredores
Eu sigo cada passo dela
Há uma luz vindo de uma entrada à frente de nós
Onde ela foi, onde ela foi...?
Oh não
O que eu vejo é um Espetáculo de Horror... então a pancada
O personagem é então atacado e desmaia.
Blue Eyes
(Olhos Azuis)
A letra que se segue é auto-explicativa, mostrando a situação do personagem capturado.
Eu abro meus olhos...
Eu não posso ver direito
Eu tenho um sentimento por dentro
Ninguém está aqui a não ser eu, ninguém está aqui a não ser eu...
Ohhh Eu estou congelado...
Eu devo estar deitado em um chão
Minhas mãos estão amarradas a uma parede...
Uma corrente de ferro, eu não posso me mexer de jeito nenhum
Oh... Eu me lembro, eu devo estar no porão
Com dificuldade para ver o que está ao seu redor, o personagem então consegue ver o que há no porão.
Cheio de esqueletos, vestidos em pele humana...
Eles estão sentados em suas prateleiras, um porão cheio de Pecado...
Eles são feitos de humanos
O segredo do mestre dos fantoches foi descoberto. Os fantoches são feito de humanos. A descoberta seguinte é ainda mais aterradora.
Tantos bonecos aqui, olhos por toda parte
Têm olhos que eu reconheço
Oh não, são os olhos do meu amor...
os olhos do meu amor
Oh Victoria Nãoooooo
O personagem custa a acreditar que sua amada fora transformada em um fantoche, e lá, no boneco, estão os olhos de Victoria.
Eu abro meus olhos...
Eu posso ver algo escassamente
Todas as lágrimas em meus olhos, é melhor alguém dizer que isso é um sonho
The Ritual
(O Ritual)
Ainda no porão, o personagem observa a chegada do mestre e sua mulher.
Enquanto eu olho para os olhos de Victoria
Entram o Mestre de Bonecos e sua esposa
Eu não consigo falar... Eu estou chocado...
Crânios humanos, livros antigos
Um símbolo estranho na parede, velas negras queimadas acesas
Na noite obscura, eu vejo um altar em branco
Oh, para que é isso? Deve ser um Ritual
O personagem então percebe que fará parte de um ritual.
Eu ouço a voz do Mestre, palavras mágicas de tempos antigos
Eu estou me sentindo estranho por dentro
Oh... como se algo tivesse tomado minha mente
Em pânico, eu chuto a prateleira... com todas as jarras
Uma delas cai lá do alto... para o chão VERMELHO!!
Oh tão vermelho... é SANGUE
"Como você ousa atrapalhar meu trabalho?"
O mestre então começa os procedimentos de seu rito.
Eu sinto uma pontada em meus olhos, quando lhes é dada vida eterna
Tudo por causa do sangue no chão,
Ritual interrompido
[...]
Ele atrai minha alma,
para sua proteção e para dentro do frio
Para ele minha alma é ouro
Trocar almas com este Demônio é algo que ele conhece
Tão bem quanto o Inferno
Vida mágica... em seu retorno
Dor... em minha pele, PECADO...
Eu sinto algum tipo de Mágica...
Por dentro
No More Me
(Não Mais Eu)
Por que eu estou amarrado a esta cama de hospital?
Primeiro seus olhos, depois sua pele
Nós o faremos sentir... nascido de novo...
Após o ritual satânico, o mestre começa o processo de extração dos olhos e do sangue do personagem
Um bisturí brilhante nas mãos do Mestre
Sua esposa pegou as jarras para o Sangue, ela mantém uma perto
Eu temo pela minha vida,
Não Mais Eu
Eu temo que não haverá mais eu de jeito nenhum
É este o adeus doce vida...
Ahhhhh...
Bisturí corta, pálpebras derrubadas
Dentro de uma jarra...
Eu estou chorando sangue
Dedos puxam meus olhos para fora...
Tesouras arrancam...
Eu sangro muito
Eles colocaram meus olhos nesta cabeça de boneco
E ainda meus olhos podem ver, eu estou olhando... para mim
Após os olhos, a pele e o sangue.
Minhas veias... sentem... como vermes
Secando no sol... isto demora muito
Retirando a pele de todos os meus ossos
Dor muito forte... meus sentidos ficam entorpecidos
Todo meu sangue está agora em pequenas jarras
Eu deveria estar morto agora, mas eu ainda...
Eu ainda estou vivo dentro de meus olhos
E eu vejo Emerencia jogar minha carcaça no lixo
Blood To Walk
(Sangue Para Andar)
Sentado no porão, o personagem está estático, apenas observando o ambiente ao seu redor e lembrando da dolorosa experiência da noite anterior.
Foi apenas ontem, agulhas em minha pele
Eles transformaram meus últimos restos neste tipo de Boneco
O personagem então encontra sua amada entre os bonecos.
Eu estou em minha prateleira...
Olhos eternos, eles nunca dormem
Eu dou uma olhada... e no escuro eu vejo Victoria
Não há dúvida, de que é minha amada
Sentada em sua prateleira... sozinha... e tão morta
O mestre dos fantoches aparece, e faz com que os bonecos criem vida.
Há uma luz do lado de fora da porta
Mamãe e Papai estão de volta para mais...
"Vamos brincar"
"Olá minhas crianças... Em Sangue eu as ensinarei"
Eles tiram Victoria da prateleira dela
Eles a sentam no chão, e eu na frente dela
Existem fios presos às nossas cabeças
Existem fios em braços e bernas
As mãos do Mestre de Bonecos
Oh elas nos mantém retos
Pressionando a agulha para dentro...
Eu sinto a picada, é Emerencia Injetando Sangue...
Dentro de ambos de nós... Está quente
Eu acho que eu a vi se mover
Há um formigamento em nossas peles
Eu não posso acreditar... Que ela possa de novo...
Victoria então se move, e o personagem entende a situação.
Não há dúvida, de que é minha amada
Eu senti tanto sua falta... Oh não
É como um Espetáculo de Horror,
sem uma palavra nós sabemos
E nós nos comunicamos... com nossos olhos... bem no fundo
Nós nos perguntamos porquê
Por que nossas mentes estão agora em nossos olhos?
Nós podemos nos mover sem nenhum fio
Ao constatar que eles estão vivos, o mestre os guarda novamente.
Darkness
(Escuridão)
O mestre começa a treinar seus bonecos para os shows. O treinamento é exaustivo e complicado.
Por 13 dias... Nós treinamos e treinamos
Nós estamos aprendendo a andar novamente,
Nós estamos aprendendo a esticar nossa pele
Toda vez que Eles nos trazem de volta à vida
Pequenas jarras descem das prateleiras
Toda vez que nós sentimos a picada
Toda vez que nós sentimos o sangue entrando
Nossos olhos são agora nossas mentes
Nossas almas... Estão em nossa pele mágica
O Sangue que Eles usam deve vir de nós mesmos
Vivendo apenas uma hora, depois nós desaparecemos de novo
Ambos são colocados em prateleiras contrárias. Suas almas estão em seus olhos, e ambos se comunicam com o olhar. As lembranças de seu passado vale á pena. Subitamente o mestre entra no porão.
O Mestre de Bonecos está aqui de novo
Mestre: "Está noite você irá dançar pra mim Garota Boneco Esta noite... Sem fios presos"
"Mas eu não consigo, eu nunca dancei, oh eu não tenho uma chance"
Mestre: "Dance"
"Eu dou um passo, oh eu faço meu melhor Eu tropeço nas prateleiras com todas as jarras"
6... 6 delas caindo
Vidro quebrado e vida de Boneco estão no chão
"Na Escuridão nós vivemos nossas vidas"
Mestre: "Mande-a para longe, para longe daqui"
"Na Escuridão nós vivemos nossas vidas"
Mestre: "Para o outro teatro... amanhã de manhã ela deve partir
Mande-a para Berlim... Mande aquele Boneco para Berlim"
Parece um pesadelo. Por não conseguir dançar, Victoria acaba sendo vendida para uma loja de Berlim. Novamente o casal seria separado.
So Sad
(Tão Triste)
O casal, se olhando novamente, tenta em pensamento se comunicar desesperadamente, tendo que encarar a separação iminente.
Eu estou sentado no escuro, eu estou com o meu amor
Nós estamos olhando nos olhos um do outro
Eu sei que se Eles a levarem, não haverá vida
Levem-a e eu morrerei
Em pensamento, ele pede que ela lhe espere. Se ela vir á morrer, que o espere do outro lado. Ele a procurará até o fim.
Christmas
(Natal)
É natal novamente, e a apresentação especial de natal do mestre acontece. O personagem é escalado para o show.
Amanhã, eu terei ido
Amanhã, eu verei o sol de novo
Mas esta noite... Eu sou... O Garotinho do Tambor
Esta noite... Eu sou... aquele que irá destruir
Entretanto, algo sai errado.
Agora lá vou eu
Eu estou caindo de cara, tambor quebrando no palco
Oh meu Deus isto é uma grande desgraça
Living Dead
(Morto-Vivo)
A história termina com o personagem, abandonado em uma loja. Este, durante dezoito anos pendurado na parede da mesma, sofre com a solidão e a perspectiva de nunca mais ver sua amada novamente.
Mesma velha parede, ainda pendurado no alto
Mesmo velho prego... atravessado em minha garganta
Dezoito anos se passaram
E neste tempo eu nunca
Eu nunca vi meu Amor
Eu estou ficando louco
Eles me venderam para esta pequena loja
Onde eu continuo
Um rumor se espalha pela cidade.
Há um rumor se espalhando
Eles dizem que o Mestre de Bonecos
Vai construir outro
Teatro na cidade de Londres
Pelo medo de ficar ainda mais longe de qualquer chance de encontrar Victoria, o personagem evita ser vendido.
Todas as crianças, que me vêem nesta loja
Elas têm medo de mim, elas dizem que eu pareço doente
Meus olhos seguem elas
Pra nunca mais ser vendido de novo
Simultaneamente, ambos pensam um no outro.
"Será que eu verei seus olhos novamente?
Será que eu o verei novamente?
" Onde ela está agora?...
"Onde ele está agora?"
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Musicalmente este álbum reergueu a carreira de King Diamond. Se os álbuns anteriores não tinham tanta força, esse álbum veio com tudo. Curiosamente, consegue misturar o clima sombrio da história com a força sempre presente no metal feito pelo mestre do horror no metal, King Diamond. Vale lembrar que as vozes de Victoria são feitas por Livia Zita, atual esposa e King Diamond, que também cantou no álbum que se seguiu, Give Me Your Soul... Please.
Apreciem sem moderação.
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[Update]
Com a nova política do Google de deletar postagens com links de dowload, não estou mais postando links. Apenas recomendo os álbuns, peço que caso se interesse procure por sua própria conta. Obrigado.
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Cara, eu estava atrás da história desse álbum faz um bom tempo...gostei mesmo^^
ResponderExcluirTenta colocar outras histórias do king diamond
Flw